Um ataque a uma escola católica de Minneapolis, nos Estados Unidos, causou a morte de pelo menos duas crianças e 17 feridos, segundo fontes policiais citadas pela CBS News. A BBC News detalha que o ataque aconteceu pelas 15h locais desta quarta-feira.

A polícia de Minnesota confirmou a morte das duas crianças que tinham 8 e 10 anos, 17 pessoas ficaram feridas, das quais 14 são crianças e três adultos na casa dos 80 anos. Segundo Thomas Wyatt, diretor do Departamento de Medicina de Emergência do Hennepin Healthcare, deram entrada sete crianças, (com idades entre os seis e os 15 anos), em estado crítico, quatro das quais necessitam de cirurgia.

O chefe da polícia assegurou que todos os feridos deverão sobreviver e já se encontram com as respetivas famílias.

O ataque aconteceu durante uma missa de início do ano letivo, o atirador aproximou-se do edifício a partir do exterior e começou a disparar pelas janelas, atingindo crianças e adultos que se encontravam no interior.

O atirador, Robin Westman, de 23 anos, residente nos subúrbios da cidade, estava vestido de preto e armado com três armas, uma espingarda, uma caçadeira e uma pistola. Robin, “com pouco mais de 20 anos” atuou sozinho, não tinha antecedentes criminais e acabou por tirar a própria vida no local.

Foram encontradas mais armas em três residências ligadas ao suspeito. A polícia investiga ainda um manifesto que Westman teria preparado para ser divulgado no YouTube, com conteúdos racistas, antissemitas e mensagens a incitar ao homicídio do presidente dos EUA, Donald Trump. O canal e os vídeos foram entretanto removidos.

A polícia local não confirmou ligações entre a família do suspeito e a paróquia, embora a mãe de Westman, Mary Grace, tenha trabalhado na escola católica até 2021. Os motivos do ataque ainda estão a ser analisados.

O episódio de violência acontece apenas dois dias após o início das aulas, acabadas as férias de verão. A escola, situada nas instalações da Igreja da Anunciação, recebe alunos desde o pré-escolar até ao 8.º ano, contando com uma comunidade escolar relativamente pequena.

As autoridades confirmaram que já não existe ameaça ativa, mas a área permanece isolada e tratada como cena de crime. O FBI, a polícia local e a patrulha estadual permanecem no local.

O diretor do FBI, Kash Patel, anunciou que o caso está a ser investigado como um ato de terrorismo doméstico e crime de ódio contra católicos.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar “plenamente informado” sobre a situação e agradeceu a rápida resposta das forças federais. Também o governador do Minnesota, Tim Walz, e a senadora Amy Klobuchar manifestaram pesar e solidariedade para com as vítimas e famílias.

O presidente da câmara de Minneapolis, Jacob Frey, afirmou estar “profundamente triste” e apelou à comunidade para apoiar as famílias afetadas.

“Estas eram famílias de Minneapolis. Estas eram famílias americanas. Não se limitem a dizer que é uma questão de 'pensamentos e orações'. Estas crianças estavam literalmente a rezar. Era a primeira semana de aulas, estavam numa igreja”, sublinhou.

O diretor da escola, Matt DeBoer, destacou o comportamento das vítimas “Os adultos protegeram as crianças, e as mais velhas protegeram as mais novas.” Um dos sobreviventes, de 10 anos, relatou à CBS News que foi salvo pelo melhor amigo, que se deitou sobre si durante o ataque e acabou por ser ferido nas costas.

Notícia atualizada às 21h50

Texto escrito por Nadja Pereira e editado por Mafalda Ganhão