Um homem que matou duas pessoas no Estado da Florida, no quadro de uma vingança, tem a execução marcada para esta terça-feira, tornando-se a 26.ª pessoa a ser executada nos EUA este ano.

Michael Bernard Bell, de 54 anos, deve receber a injeção letal na prisão estadual da Florida, em Starke. Tinha sido condenado à morte pelo assassínio de Jimmy West e Tamecka Smith em 1993.

Com cinco meses até ao final do ano, 2025 já regista tantas execuções como em 2024 e 2018. O número de execuções tem descido de forma acentuada este século, depois de um pico de 98 em 1999. De 1995 a 2006, houve uma média anual de 67.

John Blume, o diretor do Cornell Death Penalty Project, disse que o aumento do número de execuções não parece estar ligado a uma subida do apoio público às condenações à morte ou das sentenças à pena de morte, mas é função do livre-arbítrio dos governadores estaduais.

"Muitas destas pessoas que estão a ser executadas têm estado no sistema desde há muito, têm estado no corredor da morte desde há muito", disse Blume, acrescentando que há procuradores-gerais governantes muito agressivos "que querem executar essas pessoas".

Destacou uma ordem executiva assinada por Donald Trump no primeiro dia do seu regresso à Casa Branca, que instava os procuradores a procurarem obter a condenação à pena capital.

"A posição mais cínica pode ser: parece que importa ao Presidente, portanto, importa para eles", disse Blume, referindo-se aos governadores.

Bell vai ser a oitava pessoa a ser executada na Florida este ano, com uma nona calendarizada para o final deste mês.

O Estado do Texas executou seis pessoas em 2023, mas apenas uma em 2024.

Este ano, a Florida já executou mais pessoas do que qualquer outro Estado, com os Estados do Texas e da Carolina do Sul empatados no segundo lugar, com quatro. O Alabama já executou três pessoas, o Oklahoma duas, e os do Arizona, Indiana, Luisiana, Mississippi e Tennessee uma cada.