Os cinco mineiros desde quinta-feira presos por um desabamento na maior mina subterrânea de cobre do mundo, no sul do Chile, foram todos encontrados mortos, anunciou o Ministério Público no domingo, após a descoberta do último corpo.

"Ontem (domingo), finalmente encontrámos [morto] o último dos trabalhadores que estavam desaparecidos", declarou à imprensa o procurador regional da localidade de O'Higgins, Aquiles Cubillos, ao anunciar o fim das operações de resgate.

Com seus 4.500 km de túneis, El Teniente é a maior jazida subterrânea de cobre do planeta, propriedade da empresa pública chilena Codelco.

Todos os corpos foram encontrados no mesmo local, onde ocorreu na quinta-feira à tarde um desabamento causado por um "evento sísmico", cuja origem, natural ou relacionada com as perfurações, está a ser investigada.

"A partir de hoje começa uma etapa fundamental, a investigação", afirmou o presidente do conselho de administração da Codelco, Máximo Pacheco, numa conferência de imprensa, comprometendo-se a fazer "tudo o que for necessário para esclarecer todos os pormenores desta tragédia".
"Somos os principais interessados em saber rapidamente e de forma fiável o que aconteceu", acrescentou.

Depois do acidente de 1990, em que morreram seis mineiros, este é um dos mais trágicos ocorridos na mina El Teniente nas últimas três décadas, também com um balanço total de seis mortos: os cinco mineiros soterrados e mais um trabalhador que foi encontrado sem vida logo na quinta-feira, além de nove outros feridos com diversos níveis de gravidade, mas todos fora de perigo.

Por ordem do Governo chileno, a mina está parada desde sexta-feira para facilitar as operações de salvamento e não foi ainda definida uma data para a retomada da produção.

No ano passado, El Teniente produziu 356.000 toneladas de minério de cobre, ou seja, 6,7% da produção do Chile, primeiro produtor mundial, com 5,3 milhões de toneladas anuais.

A indústria mineira do Chile é considerada uma das mais seguras do mundo. Em 2024, a taxa de mortalidade era de 0,02%, segundo o Serviço Nacional de Geologia e Minas.