
A 31.ª edição do Vodafone Paredes de Coura arrancou esta quarta-feira com uma primeira noite que foi tudo menos tímida: foi uma celebração de estilos que viajaram do indie rock ao psicadelismo.
O sol ainda espreitava sobre a Praia Fluvial do Taboão quando a multidão começou a preencher o relvado, com o cheiro a erva fresca e protetor solar a misturar-se com a excitação que se sentia no ar.
Portugal em dose dupla
O português Samuel Úria deu o pontapé de saída no palco principal. O músico tondelense trouxe consigo '2000 A.D.', o seu mais recente projeto em que é estimulado pela realidade atual e pela frustração sentida com os sinais de regressão civilizacional.
De seguida, os também portugueses Unsafe Space Garden subiram ao palco secundário com uma energia inesgotável. A banda de Guimarães utilizou humor, energia, cor e caos para "derrubar paredes".
Quando o céu já se tingia em tons de escuro, Zaho de Sagazan trouxe o seu electro-pop francês com laivos de chanson. A jovem artista, uma das revelações do cartaz, hipnotizou com a sua voz etérea e batidas que fizeram o chão tremer.
Estes vampiros não querem sangue
E depois, claro, vieram os cabeças de cartaz: Vampire Weekend. Os nova-iorquinos, que já não pisavam solo português há algum tempo, chegaram com a missão de transformar Coura numa festa gigante, e conseguiram.
Desde os primeiros acordes de 'Holiday' até ao êxtase coletivo de 'A-Punk' e 'Oxford Comma', a banda liderada por Ezra Koenig entregou um set impecável, com direito a solos de saxofone que fizeram o público ficar hipnotizado entre as colinas.
O público, exausto mas radiante, não queria que a noite acabasse.
Com três dias ainda pela frente e nomes como Franz Ferdinand, Portugal. The Man, King Krule e Air no horizonte, Paredes de Coura promete continuar a ser o epicentro da magia musical.