O relatório anual da NATO, divulgado recentemente, revela que, dos 32 Estados-membros da Aliança Atlântica, 22 já cumprem a meta de gastar 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa.

Polónia, Estónia e Letónia estão no topo da tabela, seguindo-se Estados Unidos e Lituânia. Portugal está entre a dezena de países incumpridores, que também inclui Espanha, Bélgica, Canadá e Itália.

A meta deverá ser revista em alta na cimeira da NATO já no próximo mês. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado para que o novo objetivo seja de 5% do PIB. O secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, tem falado em 3,7%. Diplomatas da NATO acreditam que será possível chegar a um compromisso de cerca de 3% a 3,5%.

Ana Santos Pinto, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) e secretária de Estado da Defesa Nacional entre 2018 e 2019, e Luís Tomé, diretor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa e investigador do IPRI, são os convidados desta edição.

Ambos concordam que as metas definidas pela NATO são “cegas” e fruto de “um compromisso político”, não atendendo ao que é “verdadeiramente importante”. Defendem que “é preciso abandonar a dicotomia falsa de que ou preservamos o modelo social europeu ou investimos mais em defesa”. E concluem: “Precisamos de gastar mais em defesa, mas já gastamos muito, essencialmente gastamos mal.”

Este episódio foi conduzido pelo jornalista Hélder Gomes e contou com o apoio técnico de Salomé Rita e João Martins.

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