O recém-eleito Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, foi nomeado Personalidade do Ano 2024 pela conceituada revista norte-americana TIME, que destaca o regresso à Casa Branca após ter escapado a duas tentativas de assassinato e de ter sido condenado pela justiça.
O Presidente eleito dos EUA, de 78 anos, superou a concorrência de outras nove personalidades que figuravam entre os finalistas, entre os quais o futuro parceiro de Administração, Elon Musk, a princesa de Gales, Kate Middleton, ou Kamala Harris, a candidata democrata derrotada na eleição presidencial norte-americana de novembro.
O republicano, protagonista de um "regresso político impressionante", escreveu a revista, já tinha recebido esta distinção em 2016, quando ganhou a sua primeira eleição presidencial contra a democrata Hillary Clinton.
"Hoje estamos a assistir a um ressurgimento do populismo, a uma desconfiança crescente em relação às instituições que definiram o século passado e a uma erosão da crença de que os valores progressistas conduzirão a uma vida melhor para a maioria das pessoas. Trump é simultaneamente o agente e o beneficiário de tudo isto", escreve Sam Jacobs, editor da revista Time.
"Por liderar um regresso histórico, por provocar um realinhamento político único, por remodelar a presidência americana e alterar o papel da América no mundo, Donald Trump é a Pessoa do Ano 2024 da revista Time", acrescenta.
O editor adiantou ainda que "há sempre um debate aceso" na revista sobre a distinção, "embora tenha de admitir que este ano a decisão foi mais fácil do que nos anos anteriores".
Donald Trump esteve hoje na Bolsa de Valores de Nova Iorque para tocar simbolicamente o sino da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Trump não esclarece se deixará de apoiar se Kiev não aceitar paz
Em entrevista à TIME, Donald Trump evitou responder se cortará a ajuda à Ucrânia caso Kiev não aceite um acordo de paz com a Rússia e criticou a permissão de uso de mísseis de longo alcance norte-americanos.
"Quero chegar a um acordo e a única maneira de chegar a um acordo é não abandonar (...) Não concordo com tudo isto porque nunca deveria ter acontecido", disse Trump.
Perante questões persistentes sobre se os Estados Unidos deixarão de apoiar a Ucrânia caso esta não aceite um acordo com a Rússia, Trump limitou-se a responder que é necessário pôr fim a tantas mortes e que, com ele na Casa Branca, o Presidente russo, Vladimir Putin, não teria ordenado a invasão.
Trump também criticou o Governo democrata cessante pela recente autorização de uso de mísseis de longo alcance contra território russo pelas Forças Armadas ucranianas.
"Porque estamos a fazer isto? Estamos apenas a intensificar esta guerra e a torná-la pior", explicou Trump, dizendo que essa permissão nunca deveria ter sido dada.
Programa de vacinação infantil poderá ser revisto nos EUA
Na mesma entrevista, Donald Trump admite rever o programa de vacinação infantil nos Estados Unidos. Trump afirma que os casos de autismo estão a aumentar e que isso tem de ter uma causa.
Sem estabelecer uma relação direta entre as vacinas e o autismo, Trump admitiu que a sua Administração vai colocar em prática uma série de testes para saber o que é bom e o que não é bom para as crianças.
O magnata republicano foi eleito o 47.º Presidente dos Estados Unidos nas eleições presidenciais de 5 de novembro, tendo superado os 270 votos necessários no colégio eleitoral, e tomará posse a 20 de janeiro de 2025.
Aos 78 anos, Trump é a pessoa mais velha a ser eleita para a Presidência dos Estados Unidos da América (EUA) e, quando tomar posse, será alguns meses mais velho do que o seu antecessor, o democrata Joe Biden, quando este tomou posse em 2020.
Em maio, o júri de um tribunal de Nova Iorque considerou Donald Trump culpado de todas as 34 acusações de um esquema para influenciar ilegalmente as eleições presidenciais de 2016 através do pagamento de dinheiro para silenciar uma atriz pornográfica que afirmava que os dois tinham tido relações sexuais.
Trump é também o único Presidente na história dos Estados Unidos a enfrentar um processo de impugnação duas vezes durante o seu mandato. Em ambos os casos, foi absolvido pelo Senado de todas as acusações.