A bomba tinha sido colocada numa motocicleta, segundo o comandante responsável pela polícia de Huila, Coronel Carlos Sierra, que confirmou relatos de testemunhas.

"Na noite de hoje, 17 de abril, foi registada a ativação de um engenho explosivo numa motorizada em frente a um hotel próximo da esquadra da polícia do município de La Plata", disse o oficial.

De acordo com Sierra, "nesta ocorrência, duas pessoas morreram e 24 ficaram feridas, tendo sido levadas para centros médicos para receberem cuidados".

A explosão provocou um incêndio e uma coluna de fumo, causando o pânico da população que, na altura, estava a sair da igreja para as cerimónias religiosas de Quinta-feira Santa, como se pode ver em vídeos difundidos nas redes sociais.

"Condeno o cobarde atentado terrorista em La Plata. A minha solidariedade para com as famílias afetadas, para com o povo de La Plata, gente boa e trabalhadora, e para com a nossa polícia", disse o governador da Huíla, Rodrigo Villalba Mosquera, na sua conta na rede social X.

A polícia não deu qualquer informação sobre as vítimas mortais, mas alguns órgãos de comunicação locais referiram que se trata de dois irmãos, um homem e uma mulher, de 17 e 19 anos.

As autoridades não comentaram a autoria do atentado na Huíla, departamento onde operam dissidentes da antiga guerrilha das FARC, a quem o governo atribuiu um outro atentado semelhante, ocorrido na manhã de quinta-feira, que deixou uma mulher morta e vários feridos na localidade de Mondomo (Cauca, sudoeste do país).

Vários membros do Congresso condenaram o ataque terrorista em La Plata, incluindo a deputada Luz Pastrana, natural de Huila e membro do partido Cambio Radical, na rede social X.

"O que aconteceu em La Plata, na Huíla, é um novo ato de barbárie, que reflete o fracasso absoluto do governo na sua política de segurança", disse, por sua vez, a senadora María Fernanda Cabal, do partido da oposição Centro Democrático, que acrescentou que o que aconteceu "mostra que os criminosos sentem que têm total impunidade".

O atentado terrorista anterior, em Cauca, também contra um posto policial na cidade de Mondomo, foi atribuído pelo ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, a dissidentes das FARC.

"As ações dos dissidentes das FARC mostram que a sua essência é o tráfico de droga e o terrorismo. Estes dissidentes disseram 'NÃO' à paz em 2016 e ratificaram a sua recusa no âmbito da Paz Total. Pior ainda, continuam a confirmá-lo quando assassinam mulheres, recrutam menores e aterrorizam a população", afirmou o ministro no X.

As duas ações terroristas em Huila e Cauca ocorreram no mesmo dia em que o governo colombiano decidiu não prorrogar o cessar-fogo bilateral com o Estado Mayor de los Bloques (EMB), uma das principais dissidências das FARC, que terminou na terça-feira após 18 meses, e que deveria ser aprovado por mais seis meses.

A prorrogação deveria ser decretada pelo Presidente colombiano, Gustavo Petro, mas o governo enviou uma carta às delegações de paz, comunicando a decisão de "não prorrogar o cessar-fogo bilateral e temporário em relação à população civil".

 

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