O Sudão é cenário desde 15 de abril de 2023 de uma guerra, que já custou dezenas de milhares de vidas, entre as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa), lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, e o exército nacional, comandado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do país.

Cerca de 11,3 milhões de pessoas foram deslocadas, das quais quase 3 milhões fugiram do Sudão, segundo a agência da ONU para os refugiados (ACNUR), que descreveu a situação como uma "catástrofe" humanitária.

Cerca de 26 milhões de pessoas enfrentam uma grave insegurança alimentar, tendo sido declarada a fome no campo de Zamzam, no Darfur.

A "obstrução sistemática", por ambas as partes, "dos esforços humanitários locais e internacionais está na origem desta fome", afirmam os 10 países numa declaração conjunta.

"Condenamos o facto de, apesar da urgência esmagadora, as Forças Armadas sudanesas e as RSF persistirem em obstruir a ajuda humanitária", insistem na declaração, que foi também assinada pelo Comissário Europeu para a Gestão de Crises.

Os subscritores da declaração consideram necessário "um aumento imediato e coordenado da ajuda e um acesso humanitário total, seguro e sem obstáculos às populações necessitadas", sublinhando que os beligerantes "têm o dever de respeitar as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional".

Os 10 países apelam especificamente ao levantamento das restrições à passagem da fronteira com o Chade na cidade de Adre e à abertura de "todas as vias transfronteiriças possíveis", em conformidade com os compromissos assumidos pelas duas partes beligerantes.

Várias rondas de negociações não conseguiram pôr termo aos combates.

No final de agosto, na sequência de conversações organizadas pelos Estados Unidos na Suíça, as duas partes comprometeram-se a garantir o acesso seguro e sem entraves do pessoal humanitário em duas rotas fundamentais.

EL // ANP

Lusa/Fim