O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou a morte do ex-Presidente democrata Jimmy Carter, a quem diz que os norte-americanos devem gratidão, que morreu este domingo, aos 100 anos, na sua casa em Plains, Geórgia.

"Os desafios que Jimmy enfrentou como Presidente vieram num momento crucial para o nosso país e ele fez tudo ao seu alcance para melhorar a vida de todos os americanos. Por isso, todos temos com ele uma dívida de gratidão", sublinhou Trump na rede social Truth. "Melania (a sua mulher) e eu pensamos com carinho na família Carter e nos seus entes queridos neste momento difícil", disse Trump, que assumirá o cargo para um segundo mandato em 20 de janeiro.

Biden, Clinton e Bush também reagem

Também o ainda Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exaltou "um homem de princípios, fé e humildade" reagindo à morte, hoje, de Carter e anunciou que deu instruções para que se realize um funeral de Estado para Carter em Washington.

Outros antigos ocupantes do cargo saudaram-no pelo serviço aos outros, como Bill Clinton e a sua mulher, Hillary, que foi candidata presidencial, dizendo num comunicado que "trabalhou incansavelmente por um mundo melhor e mais justo".

"Guiado pela sua fé, o Presidente Carter viveu ao serviço dos outros - até ao fim" da sua vida, escreveram os Clinton numa mensagem de condolências depois da notícia da morte do 39.º Presidente dos Estados Unidos, hoje, na sua casa na Geórgia, aos 100 anos.

George Bush, outro antigo ocupante da Casa Branca, disse que o que o seu distante antecessor realizou "inspirará gerações de americanos".

Descrevendo o 39.º Presidente dos Estados Unidos, um democrata, como um "homem de convicções profundas" e "leal à sua família, à sua comunidade e ao seu país", o republicano que ocupou a Casa Branca de 2001 a 2009 considerou que "os seus esforços para deixar um mundo melhor não se limitaram à sua presidência" de 1977 a 1981.

O ex-presidente democrata Barack Obama enalteceu um "homem admirável (...) que ensinou a todos o que significa viver com elegância, dignidade, justiça e serviço", numa mensagem na sua conta na rede social X.

Chegam mensagens de todo o mundo

Fora dos Estados Unidos, o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron prestou homenagem à memória do antigo Presidente norte-americano que "defendeu os direitos das pessoas mais vulneráveis e liderou incansavelmente a luta pela paz".

O secretário-geral das Nações Unidas disse estar "profundamente triste" com a morte do ex-presidente norte-americano, de quem destacou o legado na paz e segurança mundiais. António Guterres afirmou ainda que Carter será recordado pela solidariedade para com os mais fracos e "pela sua fé infatigável no bem comum e na nossa humanidade partilhada", o que permitirá que o seu legado como "campeão dos direitos humanos" continue vivo.

"Os Estados Unidos perderam um combatente empenhado pela democracia. O mundo perdeu um grande mediador para a paz no Médio Oriente e para os direitos humanos", afirmou o líder alemão, Olaf Scholz, na rede social X.

O rei Carlos III do Reino Unido elogiou a "dedicação e humildade" do antigo Presidente dos Estados Unidos. "Era um servidor público empenhado e dedicou a sua vida à promoção da paz e dos direitos humanos", referiu a nota do rei divulgada hoje nos meios de comunicação social.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou a morte de Carter, exaltou o seu legado político e definiu-o como "um amante da democracia, defensor da paz e dos direitos humanos".

"Era, acima de tudo, um amante da democracia e da paz", que "pressionou a ditadura brasileira pela libertação dos presos políticos", lembrou Lula em referência ao regime militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, aludindo também ao trabalho já como ex-presidente "pela promoção dos direitos humanos, da paz e da erradicação de doenças na África e na América Latina".

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, lamentou a morte do ex-presidente norte-americano, lembrado por "conquistas históricas" no trabalho pela "diplomacia da paz": "O Presidente Jimmy Carter alcançou feitos históricos através dos seus esforços incansáveis, não só durante a sua presidência, mas ao longo de toda a sua vida, na diplomacia da paz, pela qual lhe foi atribuído o Prémio Nobel da Paz".

Já o Presidente israelita, Isaac Herzog, agradeceu a Jimmy Carter pelo apoio à normalização das relações entre Egito e Israel nos anos 1970: "O seu legado será definido pelo seu profundo empenho na paz entre as nações".

O embaixador da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) no Reino Unido - e antigo embaixador nos EUA - Husam Zomlot, também celebrou o legado de Carter nas redes sociais, embora por motivos diferentes."O Presidente Carter será recordado pelo povo palestiniano como o primeiro presidente dos EUA a lutar pela liberdade dos palestinianos e o primeiro a alertar para o apartheid israelita", afirmou Zomlot na rede social X.

Antigo Presidente morreu aos 100 anos

O antigo Presidente dos EUA e Nobel da Paz (2002) Jimmy Carter morreu este domingo aos 100 anos, avançou o seu filho citado pelos 'media' norte-americanos.

A Carter Center, a organização humanitária não-governamental fundada por Carter, também confirmou a morte do seu fundador, indicando que o ex-Presidente tinha morrido em Plains, no estado da Georgia, "rodeado pela família".

De outras geografias surgem também reações, como do Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que elogiou o "papel importante" para a paz entre Egito e Israel do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, arquiteto dos Acordos de Camp David de 1978, um prelúdio do primeiro tratado entre Israel e um país árabe.

O icónico Empire State Building, em Nova Iorque, foi iluminado nas cores vermelha, branca e azul da bandeira dos EUA em homenagem ao antigo Presidente, cuja morte gerou imediatamente reações de figuras de vários setores.