
Com a morte do Papa Francisco, e com uma escolha a ser tomada nos próximos dias, o filme “Conclave” voltou às bocas do mundo. A longa-metragem de Edward Berger, lançada no ano passado, ganhou o Óscar de Melhor Argumento Adaptado e abriu a porta a um dos processos mais secretos da Igreja católica.
A história fala do Cardeal Thomas Lawrence que, depois da morte do Papa, é encarregado de liderar o Conclave, a secreta cerimónia de escolha de um novo Sumo Pontífice. No entanto, vê-se no centro de uma rede de conspirações e intrigas que podem abalar os pilares da Igreja Católica.
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Com argumento de Peter Straughan e realização de Edward Berger, o filme é uma adaptação do livro de Robert Harris. Conta com a participação de atores como Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Carlos Diehz, Lucian Msamati, Brían F. O’Byrne, Merab Ninidze, Sergio Castellitto, Isabella Rossellini.
"Os dois sítios mais importantes foram a Capela Sistina e a Casa de Santa Marta”
Em novembro do ano passado, altura do lançamento do filme, a SIC Notícias conversou com o realizador e os atores do filme.
As gravações decorreram na capital italiana e demoraram apenas três meses, de janeiro a março de 2023. Uma vez que é proibido fotografar ou filmar dentro da Capela Sistina, foi construída uma réplica nos estúdios Cinecittà em Roma. Apenas o teto, pintado por Michelângelo, foi recriado utilizando computação gráfica.
"Os dois sítios mais importantes foram a Capela Sistina, onde decorre a votação, e que construímos na Cinecittà (estúdios de cinema em Roma) e a Casa de Santa Marta, onde eles dormem, comem… onde eles, basicamente, estão refugiados do mundo. Também construímos", conta o realizador Edward Berger à SIC Notícias.
Com várias cenas em italiano e em latim, Ralph Fiennes confessa que a primeira língua não foi tão complicada de aprender, porque já está familiarizado com o "vocabulário e com o tom, mas o latim foi...foi difícil".
Sobre o filme, o ator Stanley Tucci alerta que “não é uma condenação do catolicismo ou da forma como as igrejas funcionam. É uma simples parte desta vida e uma visão por dentro que a maior parte das pessoas não tem conhecimento.”
"É muito raro apanhar um guião tão bem escrito"
O portagonista, Ralph Fiennes, elogiou, ainda, o guião de Peter Peter Straughan, que descreveu como “um excelente argumentista”.
“É muito raro apanhar um guião tão bem escrito (...) Ele é inteligente, adulto, escreve os temas de uma forma crescida em relação à fé, à igreja e ao Vaticano. Mas o filme é um thriller político.”
Uma ideia completada por Isabella Rossellini que acrescentou que "há um elemento adicionado que é mais complicado do que a política, que é a moral. Quer dizer, eles têm de representar líderes espirituais".
O caminho das premiações foi feito com sucesso. “Conclave” já conta com mais de 85 vitórias entre centenas de nomeações.