"No mês de fevereiro, ocorreram cinco óbitos, todos prematuros, com idade gestacional entre 25 e 31 semanas", afirmou Janine Lélis, no parlamento, em resposta ao PAICV, maior partido da oposição, sobre um alegado surto de infeção neonatal no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), na capital, Praia.

A ministra esclareceu que os bebés pesavam entre 870 e 1870 gramas.

Três morreram devido a infeções neonatais precoces, de origem materna, e, em dois casos, associadas aos cuidados prestados e complicações da prematuridade.

A governante lamentou as mortes e referiu que, em 2024, foram internados 976 recém-nascidos, a maioria prematuros, com baixo peso ao nascer, malformações congénitas ou risco de infeção perinatal.

A taxa de sobrevivência foi de 96,5%, sendo a prematuridade extrema a principal causa de óbito, seguida de malformações congénitas.

Janine Lélis acrescentou que houve um aumento da taxa de prematuridade e de baixo peso ao nascer em fevereiro e início de março, com mais três pontos percentuais.

Os indicadores estão "dentro da média da mortalidade, mas é essencial reforçar as estratégias de prevenção, sobretudo na assistência pré-natal, que faz muita diferença para evitar estas situações", afirmou.

Há dois dias, o jornal A Nação noticiou um alegado surto de infeção neonatal que preocupa familiares de bebés internados no HUAN.

Entre os relatos, está o de uma mãe que perdeu o filho na quarta-feira, após um agravamento rápido do seu estado de saúde.

"Vi os pés dele a ficarem roxos e ninguém parecia ter notado. Chamei um médico, que acionou uma enfermeira. Horas depois, informaram-me que o meu filho recebeu uma transfusão de sangue devido a anemia. No dia seguinte, uma médica cubana disse-me que ele tinha uma infeção, mas não soube explicar a causa", contou a mãe, citada pelo jornal.

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