Francisco Gomes lamentou a morte de mais um agente da Polícia de Segurança Pública, por alegado suicídio e aponta que estas situações não podem continuar a ser ignoradas. O deputado à Assembleia da República, eleito pelo Chega-Madeira, indica que, desde 2014, mais de uma centena de elementos das forças de segurança já colocaram termo à vida.

O parlamentar considera que estes números são "um sinal claro e dramático do estado emocional em que muitos polícias vivem actualmente". Apesar de reconhecer que existem razões pessoais que levam ao drama dos suicídios, mas diz não ter dúvidas que o sacrifício da profissão contribui de forma decisiva para que o equilíbrio emocional essencial a um polícia seja cada vez mais difícil de manter.

O deputado sublinhou que a situação não pode continuar a ser ignorada e acusou a Direção Nacional da PSP de persistir num silêncio que diz ser “inaceitável”, enquanto continua a valorizar momentos cerimoniais e actos formais. Francisco Gomes frisou que o contraste entre a “indiferença no essencial e a pompa no acessório” revela uma falta de respeito por aqueles que servem diariamente a segurança dos portugueses.

“A Direção Nacional não diz nada! Nem uma nota, nem uma palavra! Mas, medalhas? Exposições? Discursos e brindes de copo no ar? Sempre presentes! Estamos a ver os polícias cair, um a um, mas a Direcção Nacional ainda chama ‘criminosos’ aos que denunciam o flagelo e pedem socorro!", atira Francisco Gomes.

Nesse sentido, aponta responsabilidades à ministra da Administração Interna, exigindo que assuma a gravidade da situação. “E a senhora ministra? Onde está? Vai ou não exigir medidas às direções? Vai ou não assumir que as condições deploráveis dos polícias são também responsabilidade do governo que integra? Vai mudar? Vai ou não dar a cara?", questiona.

O deputado lamentou ainda que o parlamento não tenha dado espaço ao debate de soluções urgentes e recordou que PS, PSD e JPP reprovaram os requerimentos apresentados pelo Chega para ouvir o director nacional adjunto da PSP e a própria ministra da Administração Interna.