O Chega acusa o Governo Regional da Madeira de manter um sistema que obriga os pescadores locais a vender o pescado a um número restricto de empresas, em dias fixos e sem liberdade de escolha. A denúncia foi apresentada pelo líder regional do partido, Miguel Castro, que classifica a situação como um "escândalo" no sector das pescas.

Segundo o Chega, o actual modelo força os pescadores a trabalhar com apenas três empresas, num sistema que consideram "viciado" e prejudicial tanto para quem pesca como para os consumidores finais. O partido alega que este esquema resulta em preços baixos pagos aos pescadores e valores elevados para o consumidor.

Miguel Castro não poupou críticas ao sistema vigente: "Isto não é economia, isto é um cartel com o selo do Governo Regional. A liberdade de mercado morreu no setor das pescas da Madeira, substituída por favoritismos, monopólios e esquemas montados para servir interesses privados. Os pescadores são tratados como peões descartáveis de um negócio sujo e os madeirenses pagam o peixe mais caro porque o Governo decidiu proteger os seus amigos em vez de proteger o povo."

O partido apresentou um conjunto de exigências para alterar o actual estado de coisas, incluindo fiscalização imediata às empresas envolvidas, auditorias independentes às práticas comerciais, eliminação da obrigatoriedade de venda a operadores pré-definidos e a criação de um mercado mais livre e transparente.

"O mar é do povo, não de meia dúzia de privilegiados. Não vamos descansar enquanto os pescadores não forem pagos com justiça e os madeirenses não puderem voltar a comprar peixe fresco a preços dignos. Basta de esquemas, basta de favoritismos. É tempo de coragem para libertar a pesca madeirense da teia de interesses que a destrói", concluiu Miguel Castro.

O Chega promete manter a pressão sobre esta questão, considerando que a situação actual prejudica tanto os profissionais do setor como os consumidores madeirenses.