
O Banco de Portugal (BdP) confirma que o atual governador, Mário Centeno, vai continuar à frente da instituição até ser substituído por Álvaro Santos Pereira, o nome esta quinta-feira escolhido pelo Governo para lhe suceder.
"O governador permanece em funções até ser substituído", assegurou fonte oficial do BdP em resposta a perguntas da Lusa.
A data da mudança ainda não é conhecida, mas só deverá acontecer em setembro, depois de Santos Pereira ser ouvido na Assembleia da República.
A confirmação do Banco de Portugal sobre a manutenção em funções de Centeno surge depois de o Governo ter decidido não o reconduzir para um segundo mandato de cinco anos.
A escolha do sucessor recaiu sobre o atual economista-chefe da OCDE e ex-ministro da Economia do Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP) entre 2011 e 2013, que o Governo considera ser a uma "melhor escolha" do que manter o atual governador, ex-ministro das Finanças dos governos de António Costa (PS) entre 2015 e 2020.
Álvaro Santos Pereira, o ministro da Troika que vai governar o Banco de Portugal
A Lei Orgânica do Banco de Portugal determina que o governador só é designado por resolução do Conselho de Ministros depois de ser ouvido na comissão parlamentar (da área das finanças) e depois desta emitir um parecer (não vinculativo).
Como o parlamento termina na sexta-feira o seu funcionamento regular antes das férias e só estão previstas reuniões de comissões a partir do início de setembro, a audição de Santos Pereira só deverá ocorrer nessa altura.
Tendo em conta este calendário, o atual governador ainda poderá participar na próxima reunião do Banco Central Europeu, a 10 e 11 desse mês.
Questionada sobre se tal acontecerá, fonte oficial do BdP nada disse.
O mandato de Mário Centeno terminou no dia 19 de julho. Uma vez que o executivo de Luís Montenegro só anunciou o sucessor após essa data e, na última semana dos trabalhos parlamentares regulares, a mudança de liderança tardia já era uma possibilidade referida nas últimas semanas.
Com LUSA