O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, considera que o Governo deve "declarar a situação de contingência" permitindo assim "ativar os planos de emergência e mobilizar meios”.

O socialista defendeu esta quarta-feira à noite, em entrevista ao Now, que a situação de alerta já não é suficiente para a situação de incêndios que o país a viver e são necessários mais meios. "Temos assistido a imagens que mostram muitas populações à sua sorte", frisa Carneiro.

Já sobre as dúvidas que se levantam sobre se o chefe de Estado e o primeiro-ministro deveriam ou não estar a gozar férias, Carneiro não se compromete, mas lembra conselho do ex-primeiro-ministro, António Costa, quando assumiu a pasta de ministro da Administração Interna.

"Desde os incêndios de 2017 que, no âmbito da comissão, se entendeu que não deveria haver deslocação de responsáveis políticos ao terreno das operações. Contudo, vou dizer aquilo que me foi dito quando fui convidado para ministro da Administração Interna", começa por dizer.

"O Dr. António Costa quando me convidou disse-me o seguinte: 'o ideal é que faça férias na Páscoa porque o verão não é um período adequado para que o ministro da Administração Interna faça férias'. Segui a orientação política do meu primeiro-ministro e estive sempre 24 sobre 24 horas disponível a acompanhar as operações ", remata o secretário-geral do PS.

O socialista abordou ainda dois temas na ordem do dia: o chumbo da Lei dos Estrangeiros pelo Tribunal Constitucional e a saúde em Portugal.

José Luís Carneiro sublinhou que o PS foi sempre favorável “às entradas regulares e seguras” no país, mas que isso exigia “o reforço e a modernização dos meios e serviços consulares”. Para o socialista, deve manter-se "o direito ao reagrupamento familiar, desde logo por questões de segurança”, uma vez que sem se permitir este direito haverá maiores os riscos devido a “uma imigração essencialmente masculina”.

Quanto à saúde, a ministra Ana Paula Martins é “um peso morto no Governo” e o setor vive um “cenário terceiro-mundista”, descreve lembrando o caso da grávida que deu à luz na rua.