A gigante petrolífera britânica BP, que recentemente reorientou a estratégia em relação aos hidrocarbonetos, anunciou hoje ter detetado um depósito de gás e petróleo ao largo do Brasil, afirmando tratar-se da sua maior descoberta em 25 anos.

"Estamos empolgados em anunciar esta descoberta significativa (...), a maior realizada pela BP em 25 anos", declarou Gordon Birrell, vice-presidente executivo da BP, num comunicado.

As ações do grupo, que deverá apresentar os resultados do segundo trimestre na terça-feira, subiam a meio da manhã de hoje cerca de 1,5% na Bolsa de Londres.

"Os resultados da análise no local de perfuração indicam níveis elevados de dióxido de carbono", detalha a BP, que "agora começará uma análise em laboratório para melhor caracterizar o reservatório e os fluidos descobertos".

Esta descoberta é a décima divulgada pela empresa em 2025.

A BP, que acaba de anunciar a próxima nomeação do irlandês Albert Manifold para o cargo de presidente de seu Conselho de Administração, não cessa de dececionar os mercados nos últimos anos, alimentando rumores constantes de aquisição - sempre desmentidos - especialmente pelo seu rival britânico Shell.

A petrolífera também está sob pressão do fundo de investimento norte-americano Elliott, que recentemente oficializou a entrada no capital, conhecido por exigir mudanças estratégicas dentro dos grupos em que investe.

O grupo renunciou, em fevereiro, a uma estratégia climática, outrora ambiciosa, para se concentrar no petróleo e no gás, para desagrado das organizações de defesa do meio ambiente.

"Se a BP queria uma notícia capaz de convencer os mercados sobre seu foco renovado nos hidrocarbonetos antes da publicação de seus resultados", esta descoberta "constitui uma", acredita Russ Mould, analista da AJ Bell.

Segundo o analista, o grupo deve, na terça-feira, apoiar-se nos resultados "para convencer o mercado de que realmente mudou a sua estratégia e se distanciou da transição verde, considerada impopular por uma parte significativa de seus acionistas".