
Foi perante uma catedral repleta de gente que o bispo do Funchal exortou, esta tarde, os fiéis ali presentes a serem “peregrinos de esperança”.
D. Nuno Brás, na homilia da missa da Ceia do Senhor, que marca esta Quinta-Feira Santa, recuou no tempo para referir o êxodo do Egipto até ao monte Sinai e à Terra Prometida, uma peregrinação que traduz, conforme deu conta, a essência da Páscoa, mesmo nos dias de hoje.
"A Última Ceia de Jesus é uma refeição pascal. Como todos os judeus do seu tempo e de hoje, também Jesus celebrou a Páscoa judaica com os seus", disse o bispo, lembrando que este foi um momento que ficou gravado "na vida de toda a Igreja, para todos os tempos". E acrescentou que "dela e da Páscoa que ela antecipa vivem todas as Eucaristias que celebramos".

Entende D. Nuno Brás que "Jesus inaugura, deste modo, uma nova Páscoa, um novo Êxodo" e reforça que a peregrinação, hoje, faz-se a partir "deste mundo velho e caduco". E questiona-se o representante máximo da Igreja Católica madeirense: "Nós que nos propomos caminhar, realizar o novo êxodo deste mundo para o Pai, podemos ter esperança de chegar à verdadeira Terra da Promessa, que é a vida com Deus?".
Para o bispo do Funchal, a Eucaristia deverá ser a base da esperança de todos os fiéis, que se devem entregar aos outros, num simbolismo do Lava-Pés que se seguirá na Sé do Funchal.