
Foi apresentada esta manhã a coligação de esquerda que vai concorrer à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de outubro. A coligação é composta pelo Partido Socialista (PS), Livre, Bloco de Esquerda (BE) e PAN, sendo encabeçada pela socialista Alexandra Leitão. O acordo foi assinado na presença de todos os líderes parlamentares, bem como de José Luís Carneiro.
Em entrevista à SIC Notícias, a candidata por Lisboa afirma que esta "coligação alargada", como prefere que lhe chamem, reflete a visão "progressista, humanista e responsável" que tem defendido desde que apresentou a sua candidatura.
"O acordo programático que assinámos hoje foi disponibilizado a todos os jornalistas e demonstra bem essa visão comum: progressista, humanista e responsável", frisa.
A coligação encabeçada por Alexandra Leitão foi anunciada dois dias após Carlos Moedas formalizar a sua recandidatura à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. No mesmo dia em que acusou o atual autarca de ser um "radical disfarçado de moderado", a socialista deixa no ar uma questão: "Alguém conhece o acordo da suposta coligação entre o PSD, o CDS-PP e a Iniciativa Liberal?"
Sobre a ausência do PCP na sua "coligação alargada", a candidata à autarquia lisboeta garante que o acordo apresentado "não é contra ninguém" e tem como um dos principais objetivos: salvar Lisboa do estado de "degradação" que, considera, assombra a capital.
Acrescenta ainda, como prioridade da sua candidatura, garantir que Lisboa pára de expulsar quem lá quer viver, face ao elevado preço das casas, pôr fim à mobilidade caótica, em que os carros tomaram conta da cidade, e assegurar que os transportes coletivos dão resposta às necessidades dos trabalhadores.
E se as demolições de Loures fossem em Lisboa?
A crise na habitação e as demolições no concelho de Loures têm acendido o debate público e o comentário político. Questionada sobre o que faria caso esse cenário ocorresse em Lisboa durante um eventual mandato, Alexandra Leitão não hesita: "Se acontecer em Lisboa, é aplicar a lei."
Reforça, no entanto, citando o artigo 13.º da Lei de Bases da Habitação, que é possível despejar ocupações ilegais, mas devem ser garantidas soluções de realojamento caso as famílias em causa se encontrem em situação de vulnerabilidade.
Segurança e lixo juntam-se à habitação como prioridades
A candidata refere que não se verifica um aumento da criminalidade em Lisboa, mas admite que pode existir uma maior perceção de insegurança, que deve ser combatida de forma eficaz. Propõe a instalação de câmaras de videovigilância, melhor iluminação, reforço das equipas operacionais e a implementação de medidas concretas para enfrentar o aumento do tráfico de droga e o consumo associado.
Quanto ao problema do lixo, considera que a cidade de Lisboa nunca esteve tão suja, degradada e descuidada. Atribui esta situação a problemas de gestão e falta de recursos humanos. Sublinha que não irá vitimizar-se nem desculpar-se com os sindicatos, afirmando que os lisboetas reconhecem que a cidade precisa de mudança e estão confiantes no futuro.
[Artigo atualização às 23:18]