
Jorge Santos admite que a Câmara Municipal da Ribeira Brava tem tentado quebrar obstáculos e arranjar pontes de ligação com outras estruturas, que permitam o investimento dos imigrantes. O vice-presidente da autarquia, que será candidato, disse que estará sempre disponível para ajudar a diáspora.
Está a decorrer na Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares, na Ribeira Brava, a conferência ‘A Diáspora como Estratégia do Futuro’, inserida na Festa Luso-Venezuelana, que decorre na Ribeira Brava, desde hoje e até ao próximo domingo. A sessão está a ser moderada por Victor Hugo, jornalista coordenador das Comunidades do DIÁRIO.
“Não é só ter as portas abertas e não ter os recursos disponíveis para os receber”, disse Jorge Santos, assumindo que é possível a criação de um gabinete para auxiliar a diáspora.
Por seu lado, Ana Bracamonte, vereadora da Câmara Municipal do Funchal, disse que o Funchal tem 7.400 imigrantes, sendo que não há dados quantitativos da diáspora fora de Portugal. Admite que temos mais emigrantes madeirenses do que imigrantes. Em Fevereiro do ano passado foi criado o pelouro da Diáspora, o primeiro criado na Região dessa área.
“Desenvolvemos o primeiro estudo diagnóstico da população imigrante”, lembra Ana Bracamonte.
“O turismo da saudade é consequência da ligação emocional que o emigrante madeirense mantém com a sua terra”, disse a vereadora. A autarca fala numa ‘vaga’ de regresso de madeirenses que estavam emigrados na Venezuela.
Por seu lado, Carlos Fernandes considera que as nossas comunidades não podem ser tratadas como sendo apenas alguém que vem ao país deixar dinheiro. Para o deputado à Assembleia Legislativa Regional, quem vem ao nosso país tem de ser bem acolhido. O parlamentar aponta que são as comunidades que tentam fomentar a cultura fora de Portugal. Carlos Fernandes criticou a falta de ligações aéreas entre África do Sul, Austrália e Portugal, dando ainda conta de que as ligações que existam são muito caras, mesmo quando são realizadas pela companhia área nacional, a TAP.
"O Governo Regional tem sido um exemplo nas reivindicações", disse, nomeadamente no que diz respeito aos pedidos por ligações aéreas, fomento do ensino do português.
Betania Costa, psicóloga especializada na área das migrações, aponta o grande impacto que os emigrantes sentem quando regressam ao país de origem. "Quando se retorna já não se encontra o Portugal que se deixou", disse a psicóloga.