
Aeronaves israelitas atingiram esta quarta-feira um bloco residencial no norte da Faixa de Gaza, matando pelo menos 29 pessoas, afirmaram as autoridades de saúde do enclave palestiniano.
As vítimas mortais incluem, pelo menos, oito mulheres e oito crianças.
O ataque atingiu um edifício de quatro andares no bairro de Shijaiyah, na Cidade de Gaza, e as equipas de resgate procuravam vítimas debaixo dos escombros, de acordo com o serviço de emergência do Ministério da Saúde.
A defesa civil do enclave indicou que outros edifícios vizinhos foram danificados no ataque.
O Exército israelita disse ter atingido um militante do Hamas, alegando que estava envolvido em ataques provenientes de Shijaiyah, mas não o identificou nem forneceu mais detalhes.
Israel tem responsabilizado o grupo armado palestiniano pelas mortes de civis, acusando-o de se manter em áreas urbanas densas.
Aumenta a pressão
À medida que aumenta a pressão sobre o Hamas para que aceite libertar os reféns que mantém em sua posse, Israel emitiu ordens de evacuação para várias partes da Faixa de Gaza, incluindo Shijaiyah.
Além disso, impôs um bloqueio de alimentos, combustível e ajuda humanitária ao enclave sitiado, o que deixou os civis perante uma grave escassez de bens essenciais, e pretende tomar grandes partes do território e estabelecer um novo corredor de segurança.
No início desta semana, o Hamas disparou a sua maior salva de 'rockets' desde o fim do cessar-fogo, acordado em janeiro, lançando 10 projéteis contra o sul de Israel.
Israel retomou a sua guerra contra o Hamas no mês passado, após o fracasso de um cessar-fogo de oito semanas, que estava em vigor desde 19 de janeiro.
Além da pausa na intensa campanha militar israelita, ao fim de 15 meses de guerra, a trégua permitiu a entrada de ajuda humanitária no território e levou ainda à libertação de 25 reféns israelitas vivos e à devolução dos restos mortais de outros oito, em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.
Desde então, os mediadores internacionais - Egito, Qatar e Estados Unidos - tentaram levar as partes a um acordo provisório para interromper novamente as hostilidades, libertar os restantes reféns e abrir as portas a negociações sobre o fim da guerra, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem insistido que vai manter as operações até que o Hamas seja derrotado.
O grupo palestiniano exige por seu lado que os ataques militares cessem antes de libertar os restantes 59 reféns, dos quais Israel acredita que apenas 24 estejam vivos.