A Urze, Associação Florestal da Encosta da Serra da Estrela vai limpar cerca de quatro mil hectares de terrenos nos concelhos de Seia e Gouveia (Guarda) para tornar o território mais resiliente aos incêndios.

Segundo João Castilho, técnico da Urze, a intervenção, numa área na ordem dos quatro mil hectares, diz respeito às operações integradas de gestão da paisagem e vai decorrer no Socorro e no Malhão (Seia), que integram o Parque Natural da Serra da Estrela, e Aljão (Gouveia).

Os concursos públicos para a aquisição dos serviços para aquelas operações foram hoje publicados em Diário da República. Têm um valor global na ordem dos três milhões de euros e são financiados na totalidade pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O prazo de execução varia entre os 240 e os 270 dias.

"Isto tem a ver com uma candidatura ao PRR para a alteração da paisagem dentro de um programa que envolve uma série de entidades", afirmou à agência Lusa João Castilho, referindo que o objetivo é alterar a paisagem, para ter uma gestão do território mais resiliente aos incêndios.

O técnico da associação esclareceu que a principal ação prende-se com a limpeza da floresta e algumas áreas agrícolas que estão ao abandono, sendo que os trabalhos incluem também a abertura de caminhos e plantações em algumas áreas, nomeadamente no Socorro e no Malhão.

"Dentro das áreas que temos planeadas para plantação, poderão atingir umas sete mil árvores. Agora vai depender da capacidade que exista depois para fazer essa plantação", declarou.

Quanto às espécies, serão plantados carvalhos, castanheiros, medronheiros e sobreiros.

De acordo com o seu sítio na Internet, a Urze, com sede em Gouveia e núcleo em Seia, é uma associação sem fins lucrativos criada em agosto de 1999. Tem como objetivo promover e apoiar o desenvolvimento das atividades ligadas à produção, exploração e conservação da floresta, de forma a defender os interesses dos seus associados.

A Direção-geral do Território explica, por seu lado, que as operações integradas de gestão da paisagem "definem no espaço e no tempo as intervenções de transformação da paisagem, de reconversão de culturas e de valorização e revitalização territorial, bem como o modelo operativo, os recursos financeiros, o modelo de gestão e o programa de monitorização a implementar nas áreas integradas de Gestão da Paisagem" (AIGP).

Já as AIGP visam "uma abordagem territorial integrada para dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural", segundo aquela direção-geral.