"A História não pode ser deturpada. Nós, os principais responsáveis pela consumação do 25 de Abril, com a aprovação da Constituição da República, não o permitiremos!", salienta-se numa nota da Associação 25 de Abril, com data de quinta-feira, assinada pelo seu presidente, Vasco Lourenço.
Para a associação, a decisão dos deputados de comemorar apenas o 25 de Novembro, além da Revolução dos Cravos, "provoca uma enorme e clara deturpação dos acontecimentos vividos na caminhada para o cumprimento do Programa do MFA".
"O 25 de Abril é o dia da Liberdade, da reconstrução da Democracia e da Paz, conforme ficou bem evidente nas Comemorações Populares dos 50 Anos do 25 de Abril. Todos os acontecimentos posteriores, que se caracterizaram por tentativas de impedir o caminho traçado pelo Programa do MFA e dos seus valores, acabaram por ser vitórias do MFA e do povo, apesar do juízo que hoje se possa fazer sobre o caminho que foi seguido", salienta.
Vasco Lourenço afirma que cabe no conceito da associação, e até é seu desejo, "que os momentos--chave desse percurso sejam recordados e evocados, como o '28 de Setembro de 1974', o '11 de Março de 1975', o '25 de Novembro de 1975' (não esquecendo outros, também importantes, mas de menos relevo como foi o 'Golpe Palma Carlos').
"Mas nunca admitiremos que qualquer deles se sobreponha ou pretenda igualar à comemoração do 25 de Abril de 1974", sublinha.
Para o capitão de Abril e tenente-coronel na reserva, "nenhum dos acontecimentos posteriores se pode comparar ao 'dia Inicial, Inteiro e Limpo' ou ao dia da 'Grândola Vila Morena'".
Em jeito de recado, Vasco Lourenço assinala que a liberdade conquista em 25 de Abril de 1974 "também foi permitindo que os saudosos do passado se fossem aproveitando das oportunidades que o período revolucionário, o período de transição e o posterior período democrático e constitucional lhes foi proporcionando".
"Eles sempre estiveram e continuam a estar presentes entre nós e pretendem, senão regressar ao passado, pelo menos destruírem os valores do 25 de Abril e construírem uma sociedade limitada e controlada", acusa.
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