De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os incêndios em Portugal já queimaram um total de 63.212 hectares resultantes de 5.911 ocorrências.

Nos últimos 15 dias, a área ardida duplicou, registando-se a 31 de julho um total de 33.224 hectares consumidos. Este é um dos três piores anos desde os grandes incêndios de 2017, inclusive.

Se analisarmos os dados do ICNF, verificamos que até 31 de julho os piores anos eram 2017 com 146.508 hectares ardidos, 2022 com 61.745 hectares consumidos e, por fim, 2025 com 33.224 hectares ardidos.

Olhando para os dados até 15 de agosto, que constam no 4.º relatório provisório do ICNF, 2017 registava 201.876 hectares ardidos, seguidos de 2022 com 91.730 hectares e, a dois dias de 15 de agosto de 2025, contamos já com mais de 63 mil hectares ardidos.

De acordo com o Diário de Notícias desta quarta-feira, o registo fica, ainda assim, longe dos números de 2003 e 2005, anos em que se verificaram perto de 400 mil hectares e mais de 320 mil hectares consumidos, respectivamente.

Presidente da Liga dos Bombeiros relata "descoordenação" de meios nos incêndios

Em entrevista na SIC Notícias, na manhã de terça-feira, António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), alertou para a "descoordenação" que lhe tem sido relatada dos bombeiros que estão nas frentes de combate aos incêndios.

Segundo António Nunes, este é um problema que não é exclusivamente deste ano, mas que não tem sido resolvido. "Ano após ano, temos vindo a chamar a atenção para os pré-posicionamentos em locais de risco mais elevado", sublinha o presidente da LBP.

António Nunes elogia o "trabalho excelente" da comunidade científica depois dos incêndios de 2017, sendo o de Pedrógão Grande o mais marcante, no entanto este "não foi aproveitado para pré-posicionar os bombeiros para evitar situações como aquela que ouvimos aqui durante alguns dias, injustamente" em que os operacionais são acusados de não estarem nos locais onde eram necessários.

" Não estavam porque não os mandaram para lá. Os bombeiros não têm autonomia. Os bombeiros são mobilizados pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil . As missões são lhes dadas por Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e naturalmente que os bombeiros, se não lhe derem a missão, não a podem cumprir", apontou.