
O Presidente dos Estados Unidos está confiante na anexação da Gronelândia. Donald Trump disse, esta quinta-feira, achar que vai acontecer. As declarações surgem depois de o partido Demokraatit, que defende uma avanço gradual para a independência, ter vencido as eleições na Gronelândia.
"Acho que vai acontecer", disse aos jornalistas na Casa Branca, ao lado do secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
O norte-americano acrescenta que a anexação é necessária para a "segurança nacional".
O interesse de Trump pela Gronelândia, reafirmado logo após o seu regresso à Casa Branca em janeiro, faz parte do seu projeto de política externa denominado "America First" ("A América Primeiro"), que inclui exigências para que a Ucrânia entregue os direitos dos seus minerais em troca de ajuda militar, ameaças de assumir o controlo do Canal do Panamá e sugestões de que o Canadá deve tornar-se o 51º estado dos EUA.
Em resposta, o primeiro-ministro cessante da Gronelândia voltou a acusar Trump de desrespeito para com a soberania do território. No Facebook, Mute Egede anunciou que vai reunir "assim que possível" os líderes dos partidos para dar resposta mais dura às intenções do presidente norte-americano.
Já no mandato anterior, Trump tinha dito que queria a ilha, onde está instalada uma base militar norte-americana, essencial para a monitorização do espaço. É dali, também, que podem partir os primeiros sinais de alarme em caso de disparo de mísseis inimigos em direção aos Estados Unidos.
O aumento das tensões internacionais, o aquecimento global e as mudanças na economia mundial colocaram a Gronelândia no centro do debate sobre o comércio e a segurança globais, e Trump quer garantir que os EUA controlam este país rico em minerais.
Além disso, porque a Gronelândia fica na costa nordeste do Canadá, com mais de dois terços do seu território dentro do Círculo Polar Ártico, é crucial para a defesa da América do Norte desde a II Guerra Mundial.
Na altura, os EUA ocuparam a Gronelândia para garantir que esta não caía nas mãos da Alemanha nazi e para proteger as cruciais rotas de navegação do Atlântico Norte.
As bases mantidas pelos EUA na Gronelândia foram ali colocadas durante a II Guerra e servem hoje para apoiar operações de alerta de mísseis, defesa de mísseis e vigilância espacial tanto dos EUA como da NATO.
O Demokraatit, partido da oposição na Gronelândia, venceu as eleições. O partido de centro-direita, que defende uma avanço gradual para a independência, obteve quase 30% dos votos e conseguiu bater a coligação de esquerda que está no poder.