O motorista da Carris que foi alvo de um ataque durante os motins na Grande Lisboa - que aconteceram após a morte de Odair Moniz - teve uma arma apontada à cabeça e acabou por ser queimado, em conjunto com o autocarro, após a saída de todos os passageiros. Em entrevista ao “Diário de Notícias”, divulgada esta quinta-feira depois da detenção dos suspeitos, Tiago Cacais disse que foi um dia de "alívio".
"Espero que as pessoas que me atacaram sejam condenadas, presas e paguem uma indemnização", declarou.
À TVI, o motorista contou que, durante a madrugada do ataque, as ruas estavam vazias e após conseguir sair do autocarro foi acudido "por uma senhora que saiu de um prédio" e que ficou 10 minutos à espera da ambulância — que nem conseguiu chegar ao local onde se tinha escondido e obrigou-o a andar cerca de 150 metros.
Em ambas as entrevistas a vítima recordou processo de recuperação. O coma foi induzido e esteve vários dias nos cuidados intensivos, com dores que apenas a morfina apagava — acabou por perder 16 kilogramas. Apesar da situação, Tiago quer voltar ao trabalho.