“A estabilidade não é um bem em si mesma. A estabilidade política só é um bem quando vamos no caminho certo. A estabilidade política só é um bem quando é negociada e consensualizada e não quando é imposta.”

O aviso foi feito esta noite pela líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, num jantar dos deputados do partido na Covilhã, iniciativa enquadrada nas primeiras jornadas parlamentares dos socialistas nesta legislatura (e também as primeiras de Pedro Nuno Santos como secretário-geral).

Assim - prosseguiu - o PS "não abdicará das suas responsabilidades enquanto maior partido da oposição", fazendo isso "garantindo a fiscalização do Governo" e constituindo-se como "verdadeira alternativa democrática".

O PS - disse ainda a líder parlamentar - "mais do que afirmar-se contra as opções do Governo que considera erradas, tem tentado, na Assembleia da República, influenciar proactivamente a governação". Mas se isso, acrescentou, "puser em causa algumas das medidas do Governo" então "a culpa não é do PS mas sim dos portugueses que votaram nesses termos e criaram a composição que nós hoje temos na Assembleia da República".

Num jantar que contou com a presença - embora não discursando - de Pedro Nuno Santos, e que decorreu em simultâneo com a entrevista da procuradora-geral da República à RTP, Alexandra Leitão fez ainda questão de reafirmar o Parlamento como "centro da vida política em democracia", recordando que o PS tem"o mesmo número de mandatos que atribuíram ao PSD", recusando portanto o papel de "suportar o Governo em nome de um bem maior que a estabilidade".