"Contribuímos para que não houvesse uma escalada do conflito, pois isso teria consequências graves para todo o mundo", avisou Olaf Scholz, no domingo, no âmbito de uma visita a vários países da América do Sul.

"Isso levaria, por exemplo, a uma guerra entre a Rússia e os países da NATO. Isso não vai acontecer, vamos impedir com todos os nossos esforços, conseguimos até agora e continuaremos a fazê-lo", disse.

O chefe do governo alemão considerou tratar-se "de apoiar a Ucrânia", de "ter um debate sério" para tomar decisões necessárias e não "uma competição [para ver] quem manda mais armas".

Scholz explicou que, juntamente com o Presidente norte-americano, Joe Biden, tem recusado "enviar tropas para a Ucrânia" para evitar uma escalada do conflito.

Numa entrevista ao jornal alemão Tagesspiegel, publicada também no domingo, o chanceler tinha assegurado que a Alemanha não vai enviar aviões de combate para a Ucrânia, numa altura em que Kiev pede ao Ocidente mais armas para conter a invasão russa.

Depois de várias semanas de hesitação, Berlim decidiu na quarta-feira enviar 14 tanques Leopard 2, de fabrico alemão, para a Ucrânia e permitir que outros países europeus forneçam tanques semelhantes a Kiev.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos decidiram fornecer ao exército ucraniano tanques Abrams, de fabrico norte-americano.

Scholz lembrou que a Alemanha "prestou apoio, como outros países, sob a forma de financiamento, ajuda humanitária e entrega de armas -- esta é a sua obrigação".

"Nenhum país apoia mais a Ucrânia do que a Alemanha", acrescentou o chefe do governo alemão.

O Presidente chileno, Gabriel Boric, por sua vez, prometeu "contribuir [de forma] multilateral para a paz".

O chanceler alemão também indicou que a guerra "não é apenas uma questão europeia, mas um desafio para toda a ordem internacional" e agradeceu a vários países da América do Sul, e especialmente ao Chile, pelo apoio dado à Ucrânia.

"As democracias do mundo devem permanecer unidas e evitar o retorno à lei do mais forte (...). A posição clara do Chile em condenar a agressão russa é importante e é a coisa certa a fazer", disse Scholz.

Depois de passar pela Argentina e pelo Chile, o chefe do Governo alemão visita o Brasil, entre hoje e quarta-feira, no âmbito da visita à América do Sul para aprofundar laços políticos e económicos com a região, incluindo diversificação energética, energias renováveis, combate à crise climática e defesa do multilateralismo.

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