
O avançado sueco Viktor Gyökeres despediu-se este sábado do Sporting após duas épocas em que marcou o universo 'leonino' e o próprio futebol português, tornando-se num dos maiores jogadores a atuar no campeonato português no novo século.
O triunfo sobre o Benfica (3-1), em 25 de maio, na final da Taça de Portugal, em que marcou um golo, de grande penalidade, e assinou uma assistência, foi o último do agora jogador do Arsenal com o 'leão ao peito', no Estádio Nacional, em Oeiras.
Em duas temporadas e com 102 jogos, o internacional sueco, que chegou a Portugal vindo do Coventry, da segunda divisão inglesa, carimbou o seu nome na história do Sporting, ganhando com justiça o direito de se sentar no trono dos 'grandes' que representaram o emblema de Alvalade.
Os feitos do jogador nascido em Estocolmo ultrapassaram as fronteiras do reino 'leonino' e marcaram todo o futebol português, sobretudo em 2023/24, não deixando outros clubes e adeptos indiferentes ao que foi alcançando em campo.
Quase uma centena de golos
Foram 97 golos em duas épocas e 27 assistências, números que já não aconteciam na Primeira Liga e no futebol nacional há muitos anos, juntando dois títulos nacionais, o primeiro bicampeonato do Sporting em mais de 70 anos e uma Taça de Portugal.
Mas, não foram só os golos que marcaram a passagem de Gyökeres por Alvalade e Portugal, também o seu poder físico, a facilidade e potência de remate e a ambição clara de querer sempre ganhar e marcar.
O tradicional festejo da máscara passou a ter imitadores em todos pontos do país, de norte a sul, sportinguistas ou não, imagem de marca do jogador de 27 anos que levou igualmente a Primeira Liga a ter uma exposição pouco habituada a nível internacional.
Grandes nomes da Liga norte-americana de basquetebol (NBA), do ténis e outros tantos desportos chegaram a copiar a imagem de marca de Gyökeres, a mascara de Bane, um dos vilões de Batman.
Só faltou a Bota de Ouro
Só faltou mesmo a Bota de Ouro, que seria a primeira para o futebol português desde 2001/02, com Mário Jardel, mas a coeficiência de 1.5 contra o 2.0 dos campeonatos 'big 5', nas contas finais, acabaram por trair o sueco.
Na temporada que terminou, Gyökeres assinou 39 golos na Primeira Liga, seis na Liga dos Campeões e cinco na Taça de Portugal, números que ainda poderiam ser mais impressionantes caso o escandinavo não tivesse vivido alguns problemas físicos nos primeiros dois meses de 2025.
Foram três 'póquers', quatro 'hat-tricks' e sete 'bis' em 2024/25 e tudo começou numa contratação há dois anos que custou 20 milhões de euros aos cofres de Alvalade e que levantou muitas interrogações.
Praticamente desconhecido, o Sporting estava a bater o seu recorde monetário por um sueco de 1,89 metros com pouco currículo e vindo da segunda divisão inglesa.
Antes de chegar a Alvalade, Gyökeres foi formado e iniciou carreira no Brommapojkarna, da Suécia, passando depois sem grande brilho por Brighton, St. Pauli, da Alemanha, Swansea City e Coventry, pelo qual assinou números interessantes na sua última temporada, com 22 golos.
Contudo, bastou o primeiro jogo oficial para dissipar todas as dúvidas: Gyökeres 'bisou' frente ao Vizela, em 12 de agosto de 2023, e o resto é história. Uma história que, entre os dois golos aos vizelenses e o penálti convertido no Estádio Nacional, ficou perto da centena de remates certeiros pelos 'verdes e brancos' em dois anos, quase à média de um por jogo.
Mesmo tendo contrato até junho de 2028, o sueco ruma agora para outras paragens e tem novamente uma nuvem de interrogações em cima.
Será Gyökeres capaz de repetir na Premier League o que fez em Portugal? Só o sueco poderá responder.
Com LUSA