Um tribunal de Los Angeles adiou esta segunda-feira a audiência sobre a possível libertação de Lyle e Erik Menendez após 35 anos de prisão pelo assassinato dos seus pais com o uso de arma de fogo, justificando a intenção de ouvir um novo procurador distrital que assumirá o cargo na próximo semana.

“Não estou pronto para seguir em frente. Quero que a nova administração analise os documentos", afirmou o juiz Michael Jesic durante a audiência.

Os irmãos Menendez foram condenados por assassinato em primeiro grau e condenados a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional após o segundo de dois julgamentos altamente divulgados pelo assassinato dos seus pais, Jose e Kitty Menendez, em 1989.

Irmãos balearam fatalmente os pais

Lyle Menendez, então com 21 anos, e Erik Menendez, então com 18, admitiram que balearam fatalmente o seu pai, Jose Menendez, um executivo da indústria de entretenimento, e a sua mãe, Kitty Menendez.

Os irmãos alegaram temer que os pais estivessem prestes a matá-los para impedir que as pessoas descobrissem que o pai tinha abusado sexualmente de Erik Menendez durante anos.

A família alargada dos irmãos implorou pela sua libertação, dizendo que merecem ser livres depois de mais de três décadas atrás das grades.

Vários familiares defenderam que, no mundo de hoje, que está mais consciente dos impactos dos abusos sexuais, os irmãos não teriam sido condenados por homicídio em primeiro grau e sentenciados a prisão perpétua.

Vários familiares, incluindo a sua tia, Joan Andersen VanderMolen, sentaram-se nas primeiras filas da conferência de imprensa de quinta-feira. Joan era irmã de Kitty Menendez e apoiou publicamente a libertação dos sobrinhos.

Dois julgamentos

Os irmãos Menendez foram julgados duas vezes pelos homicídios dos pais, tendo o primeiro julgamento terminado com um júri empatado. Os procuradores da altura alegaram que não havia provas de abuso sexual e muitos detalhes do seu historial de abuso sexual não foram permitidos no segundo julgamento.

O gabinete do procurador do Ministério Público também defendeu, na altura, que os irmãos pretendiam apoderar-se do património multimilionário dos pais.

Porém, nem todos os membros da família Menéndez apoiam a revisão da sentença. Os advogados de Milton Anderson, irmão de Kitty Menendez, de 90 anos, apresentaram uma ação pedindo ao tribunal que mantenha a pena original dos irmãos.

"Dispararam sobre a mãe, Kitty, recarregando [a arma] para garantir a sua morte", disseram os advogados de Anderson, em comunicado.


Com Agências