A Rússia afirmou neste domingo que as suas forças assumiram o controlo total de uma cidade no leste da Ucrânia, à medida que avançam sobre a cidade estratégica de Pokrovsk, em Donetsk. O Ministério da Defesa russo disse que as suas forças tomaram a cidade de Novohrodivka, que fica a 12 km de Pokrovsk, um importante centro ferroviário e rodoviário para as forças ucranianas na região.

Por seu turno, a Força Aérea ucraniana comunicou que durante a noite a Rússia atacou o seu território com quatro mísseis X-59 e 23 drones Shahed. As forças ucranianas afirmam ter abatido um X-59 e 15 Shahed. A defesa aérea foi ativada nas regiões de Odessa, Kharkiv e Dnipro.

O número de mortes provocado pelo ataque russo de terça-feira à cidade ucraniana de Poltava ascendeu a 58, na sequência da morte de três pessoas que tinham ficado feridas, afirmaram as autoridades regionais este domingo.

"Infelizmente, mais três pessoas feridas durante o ataque russo a Poltava, a 3 de setembro, morreram no hospital. O número de mortos é agora de 58", referiu o governador da região de Poltava, Filip Pronin, numa mensagem na rede social Telegram.

Na terça-feira, um ataque russo, com dois mísseis balísticos, destruiu parcialmente um centro de treino militar em Poltava, no leste da Ucrânia, e danificou um hospital próximo, provocando a morte de 58 pessoas (números oficiais até ao momento) e mais de 300 feridos.

A Rússia afirma que o ataque a Poltava, um dos mais mortíferos dos últimos meses, teve como alvo um "centro de treino" do exército ucraniano e que "destruiu" os seus "objetivos".

Incidentes com drones em territórios da NATO

Durante a madrugada, os radares do exército romeno detetaram um drone que entrou no seu espaço aéreo antes de "deixar o território nacional em direção à Ucrânia", referiu o Ministério romeno da Defesa, em comunicado. Os primeiros dados "indicavam a probabilidade de uma zona de impacto no território" romeno, numa região desabitada perto da aldeia de Periprava, informando que as buscas por possíveis destroços foram realizadas desde as primeiras horas da manhã.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros romeno condenou veementemente uma "nova violação" do seu espaço aéreo, apelando a Moscovo para que ponha fim aos "ataques repetidos", que conduzem a uma "escalada irresponsável" da situação de segurança na região, lê-se num comunicado, citado pela Agência France-Presse.

O ministro da Defesa da Letónia, Andris Sprūds, afirmou que um drone russo caiu perto da cidade de Rezekne no sábado e que, provavelmente, entrou no país vindo da vizinha Bielorrússia. As forças armadas letãs afirmaram igualmente que não havia indicações de que Moscovo ou Minsk tivessem enviado propositadamente um drone para o país. Numa declaração pública, os militares asseguraram que estava a decorrer uma investigação.

“Esta situação é uma confirmação de que precisamos de continuar o trabalho que iniciámos para reforçar a fronteira oriental da Letónia, incluindo o desenvolvimento de capacidades de defesa aérea e de guerra eletrónica que nos permitam limitar as atividades dos drones”, explicou o ministro da Defesa.

Mudanças ministeriais

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, nomeou este domingo o antigo ministro das indústrias estratégicas, Oleksandr Kamyshin, como conselheiro externo para questões estratégicas.

Alemanha apela a conversações de paz

O chanceler alemão, Olaf Scholz, apelou este domingo a um aumento dos esforços diplomáticos para alcançar a paz na Ucrânia "o mais rapidamente possível", numa altura em que a guerra com a Rússia entra no seu terceiro ano. Scholz, em entrevista à emissora pública ZDF, enfatizou a necessidade de encontrar uma solução para o conflito, que já custou dezenas de milhares de vidas.

"É altura de discutir como podemos sair desta situação de guerra e alcançar a paz mais rapidamente", afirmou, acrescentando que a Rússia deveria ser incluída na próxima cimeira de paz, como parte das negociações para o fim da guerra.