"Não quisemos vir para a rua na situação de grande incerteza que o país vive. O plano de vacinação está atrasado, o estado de emergência termina dia 30 e ninguém sabe o que vai acontecer. Por isso optámos por comemorar a data com uma conferência que decorrerá de forma virtual e em presença", disse à agência Lusa o secretário-geral da UGT, Carlos Silva.

A central sindical vai assinalar o Dia do Trabalhador com uma conferência sobre "Os desafios da negociação coletiva, bloqueios e oportunidades", que terá como oradores os antigos ministros do Trabalho Paulo Pedroso e José António Vieira da Silva.

Os painéis de debate serão compostos pelos líderes dos principais sindicatos da UGT, que "terão assim oportunidade de apresentar as suas queixas em matéria de negociação coletiva".

"Porque todos eles têm motivos para se queixar", disse Carlos Silva.

A conferência vai decorrer no auditório da sede da UGT, com a presença de apenas 60 pessoas, que é cerca de um décimo da capacidade do espaço, devido à exigência de distanciamento social.

O evento terá também transmissão em direto no site da UGT.

"Ainda não é este ano que iremos comemorar o Dia do Trabalhador em Vila Real, devido à pandemia, mas entendemos que não nos ficava bem apregoar direitos, liberdades e garantias e desconfinar quando outros têm de confinar", afirmou o líder da UGT.

Nos últimos anos a UGT tem comemorado o 1.º de Maio em várias cidades do país, em prol da descentralização, e tinha marcado as comemorações de 2020 para Vila Real, que foram canceladas devido à covid-19.

Assim, no ano passado a data foi assinalada com depoimentos sindicais 'on-line'.

"Este ano escolhemos fazer uma conferência sobre um tema muito importante, pois é devido ao bloqueio da contratação coletiva que continuam a predominar os baixos salários, que levam ao aumento da pobreza", disse o sindicalista.

Carlos Silva fará no final uma intervenção, que não será apenas de encerramento do encontro, mas será também uma intervenção sindical de 1.º de Maio, que abordará, entre outros temas, o do aumento da pobreza entre os trabalhadores.

"O 1.º de Maio será sempre muito importante para nós e gostaríamos de o celebrar na rua, mas como respeitamos a regras, vamos comemorar desta forma", referiu.

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