"Temos infligido baixas significativas nos últimos três dias [aos grupos armados]", afirmou Amade Miquidade.

O governante deu a informação, em conferência de imprensa, após o final da sessão de perguntas ao Governo na Assembleia da República.

Na quarta-feira, quando respondeu a perguntas dos jornalistas sobre a violência em Cabo Delgado, o ministro do Interior não fez qualquer referência aos resultados de confrontos entre as FDS e os grupos armados que atuam em Cabo Delgado.

Amade Miquidade avançou hoje que a operação que culminou com o alegado abate de insurgentes está em curso numa base intitulada "Síria" pelos rebeldes.

O ministro não deu detalhes sobre a localização da base, nomeadamente o distrito, uma vez que a violência em Cabo Delgado assola vários distritos desta província.

Miquidade adiantou que as FDS mataram alguns líderes dos insurgentes e destruíram meios de circulação usados pelos insurgentes nas suas ações.

"Foram postos fora de combate terroristas e alguns líderes e foram destruídos meios que eram usados para a sua mobilidade e que foram violentamente apossados da população", declarou.

O ministro sublinhou que a operação está a provocar deslocamentos da população, mas justificou como necessária para a restauração da segurança.

"Temos a lamentar a deslocação de população desta zona de guerra, mas é uma ação necessária para a sua segurança", salientou.

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas.

Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de 1.000 a 2.000 vítimas.

O primeiro-ministro moçambicano disse na quarta-feira no parlamento que "as ações terroristas estão a criar centenas de milhares de deslocados internos, cujo número se situa, atualmente, em mais de 435 mil pessoas".

Carlos Agostinho do Rosário avançou que mais de 10 mil pessoas que fugiram do conflito armado em Cabo Delgado chegaram à capital da província, Pemba, nos últimos dias.

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