Num resultado afetado, principalmente, pelos efeitos na economia da pandemia de covid-19, a Secretaria da Receita Federal considerou hoje "excelente" o resultado, tendo em conta as dificuldades que o país atravessou no ano passado.

"No combate à mais severa crise sanitária de saúde que o mundo enfrentou em 100 anos, no ponto de vista da arrecadação da União e dos estados, essa recuperação está bastante sólida", afirmou o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.

"Nós zelamos pela transparência nas divulgações das informações. Estamos a contar com o reequilíbrio da economia pós 2020, ano de combate da covid-19, a busca de reformas estruturais", acrescentou Waldery Rodrigues.

Apesar da queda da arrecadação ser a maior em 10 anos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou o "vigor da recuperação" que o Brasil alcançou, a partir do terceiro e quarto trimestres.

"A queda de arrecadação foi relevantemente branda. Você terminar o ano com pouco mais de 3%, em relação ao impacto inicial de 30%, mostra o vigor da recuperação. Nós fizemos uma recuperação económica em 'V'", avaliou Guedes.

Os números mostram que dezembro foi o quinto mês consecutivo de crescimento nas receitas, face ao mesmo período de 2019, embora em ritmo menor do que o registado no ano anterior.

Contuso, a diminuição na arrecadação de impostos agravou o cenário de desequilíbrio fiscal impulsionado pela pandemia e pelas despesas que o Estado teve em 2020, como o auxílio de emergência cedido a desempregados e famílias carenciadas, aumentando a dívida pública brasileira.

Como medida para aliviar a situação das empresas em plena crise causada pela pandemia, o Governo brasileiro adiou no ano passado a data para pagamento de alguns impostos. Dos 85,1 mil milhões de reais (12,8 mil milhões de euros) em impostos adiados, 64,3 mil milhões de reais (9,7 mil milhões de euros) entraram nos cofres públicos.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (217.037, em mais de 8,8 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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