A operação Pentaedro do Fogo tem o objetivo de investigar, entre outros ilícitos, a práticas de queimadas, desflorestamento ilegal e usurpação de terras do Governo central e dos municípios de Apuí, Manicoré (Santo Antônio do Matupi) e Maués, todos localizados no sul do estado brasileiro do Amazonas.

Num comunicado, a polícia federal brasileira explicou que, após realizar diligências em campo e análise de imagens de satélite de alta precisão, identificou 10.093 focos de incêndio em municípios do sul do Amazonas no período de 01 a 20 de agosto de 2020.

"Analisando as propriedades [rurais] de onde emanaram os focos de incêndio, foram descobertas sobreposições de Cadastro Ambiental Rural (CAR), nas quais um mesmo CAR englobava mais de uma propriedade", explicou a polícia brasileira.

"Por meio de análise da sequência temporal das imagens de satélite, foi possível identificar a origem da queimada e, com levantamentos em banco de dados, descobrir a identidade dos responsáveis", acrescentou.

Além disso, as autoridades da polícia destacaram que reuniram "provas e fortes indícios" de possíveis casos de usurpação de terras da união e falsidade ideológica, visto que fazendas com aparência de propriedade única foram parceladas como se fossem propriedades distintas e, assim, violar a legislação que rege a regularização fundiária no país.

Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pela prática de incêndios florestais, desflorestamento ilegal e usurpação de terras do Governo central, entre outros possíveis crimes. Se condenados, os investigados poderão cumprir pena de até 15 anos de prisão.

Segundo a Polícia Federal, o nome da operação faz referência aos elementos necessários a dar início à combustão, conhecidos como "tetraedro do fogo", que são o combustível, comburente, calor e reação em cadeia.

Neste caso de incêndios nas florestas brasileiras, entretanto, há um quinto elemento que é a ação humana que deu nome da operação.

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